A PRESSÃO DO MUNDO, DE TODOS, DE MIM
Aos 13, achei que
os 16 era o máximo, neles percebi que eram os 18.
Ali, quebrei.
Já era adulta, estudante e trabalhava.
Peguei meus sonhos coloquei na mala e guardei em cima do guarda
roupa, como fazemos com coisas que usamos de vez em quando, sabe?
Não demorou muito, meus 21 chegaram, ali foi pesadelo.
Estudei mais um pouco, mudei de trabalho e vivi um pouco do
mundo.
Abri a mala dos sonhos e joguei alguns impossíveis fora.
23, 24, nada... manipulada por chefes ruins, pouco dinheiro e já
sem esperança, estudei mais um pouco.
Chegou os 25, abri a mala, reescrevi alguns dos sonhos e
coloquei prioridades.
Dois pontos seis, o que eu queria?
Já não sei, abracei oportunidades, mas tive um sonho abalado,
percebi que estava novamente no zero, mas a mala continuou fechada.
Neste ano, 27.
Me cobram filho e eu me cobro sucesso.
Me cobro pelos sonhos que estão lá na mala, que faz tempo
que não é aberta.
Me cobro pelo medo, insegurança por estar perdida nessa vida de
gente grande.
Por não saber o que responder, já que agora eu cresci.
Ser adulta é tão difícil!
É tudo muito
tudo! Muito problema, muita dor, muita pressa, muito corrido, muito pesado e
nesse muito, as coisas boas não existem.
Tantos olhares de medo, tantos que quem tem lá
seus 20 e poucos são “fracassados” pois não têm casa própria, namorado, carro, salário
de 5 mil, filhos e a família mais feliz do mundo.
A
cobrança do mundo nos faz pensar que somos fracos, infelizes, pelo fato de não
ter ou ser o que projetaram para os jovens adultos.
Enquanto
a gorda fizer o regime para a vizinha que olha torto, o cara gasta horrores na
balada sem poder, você namora uma mina que não gosta para enganar sua família,
o seu sonho não será prioridade, vai continuar tentando viver o plano que o
mundo traçou.
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